Angola enfrentou importantes desafios em 2023, incluindo a produção e preços de petróleo mais fracos, mas o país manteve-se resiliente. No entanto, os ganhos decorrentes da consolidação orçamental foram inferiores aos previstos e a inflação aumentou. Segundo a avaliação, a capacidade de reembolso de Angola ao FMI é adequada, embora sujeita a riscos. Na eventualidade de ocorrer um cenário adverso, que inclua um choque prolongado dos preços do petróleo, os indicadores de reembolso deteriorar-se-iam, mas continuariam a ser, ainda assim, adequados.
A economia continua a crescer a um ritmo constante. As pressões inflacionistas diminuíram acentuadamente, refletindo a descida dos preços dos produtos alimentares e dos combustíveis. Está em curso uma correção orçamental, na sequência das derrapagens orçamentais resultantes dos desafios de implementação relacionados com a tabela salarial única adotada em 2022. A situação de segurança no norte do país melhorou e eleições gerais estão previstas para outubro de 2024. Moçambique enfrenta condições de financiamento interno restritivas, associadas a uma contração do financiamento externo.
Cabo Verde resistiu bem aos choques recentes e as autoridades têm conseguido manter a estabilidade macrofinanceira, com o apoio dos parceiros internacionais. Não obstante uma conjuntura internacional difícil, a economia de Cabo Verde registou uma forte recuperação em 2021 e 2022, tendo mantido um pujante desempenho macroeconómico em 2023. As perspetivas para o crescimento a curto prazo são favoráveis, apesar de alguns riscos descendentes. A inflação está a desacelerar. O país é politicamente estável. Contudo, Cabo Verde ainda se depara com vulnerabilidades significativas. Embora esteja numa trajetória descendente, o rácio dívida pública/PIB ainda se encontra acima dos níveis pré-pandemia. As alterações climáticas constituem uma ameaça importante, uma vez que Cabo Verde é um dos países do mundo que mais sofre de escassez de água.